Quando quem deveria proteger se torna o opressor: o alarmante aumento do abuso por cuidadores 

Khasmogomed Rushisvili
By Khasmogomed Rushisvili 5 Min Read
Paulo Henrique Silva Maia alerta para o aumento de abuso por cuidadores, quando quem deveria proteger se torna opressor.

O alarmante aumento do abuso por cuidadores desperta preocupação entre especialistas da saúde, autoridades e famílias em todo o país. Paulo Henrique Silva Maia, Doutor em saúde coletiva pela UFMG, pontua que esse fenômeno revela uma crise silenciosa que exige ações imediatas para prevenção, identificação e responsabilização dos agressores. A figura do cuidador, muitas vezes associada à proteção e acolhimento, tem se transformado, em alguns casos, em um agente de dor e violência. Entenda!

O que caracteriza o abuso por cuidadores?

O abuso por cuidadores compreende qualquer ação ou omissão que cause dano físico, emocional, psicológico, financeiro ou negligência à pessoa sob cuidado. Esse tipo de violência pode ser sutil e contínua, como a humilhação constante, ou evidente e imediata, como agressões físicas. Paulo Henrique Silva Maia explica que uma das maiores dificuldades no combate a esse problema está na identificação. 

Muitas vítimas não conseguem ou têm receio de denunciar, especialmente quando dependem totalmente do agressor para atividades básicas da vida diária. A relação de poder desigual, agravada pelo isolamento e pela vulnerabilidade, torna o cenário ainda mais preocupante. No entanto, diversos fatores estão ligados ao crescimento dos casos de abuso por cuidadores. Entre os mais recorrentes estão:

  • Falta de preparo técnico e emocional dos cuidadores;
  • Estresse e sobrecarga no trabalho;
  • Ambiente familiar disfuncional;
  • Impunidade e ausência de fiscalização efetiva;
  • Carência de políticas públicas voltadas à proteção dos vulneráveis.

Conforme Paulo Henrique Silva Maia, a ausência de critérios rigorosos na contratação e na formação de cuidadores é um dos pilares dessa crise. Muitos desses profissionais atuam sem supervisão adequada, favorecendo a perpetuação de comportamentos abusivos.

Como identificar sinais de abuso por cuidadores?

Observar mudanças no comportamento e no estado físico das vítimas é fundamental para identificar possíveis abusos. Alguns sinais de alerta incluem:

Combater o abuso por cuidadores exige vigilância e denúncia, destaca Paulo Henrique Silva Maia.
Combater o abuso por cuidadores exige vigilância e denúncia, destaca Paulo Henrique Silva Maia.
  • Lesões inexplicáveis ou frequentes;
  • Medo excessivo ou retraimento na presença do cuidador;
  • Perda repentina de peso;
  • Higiene precária e sinais de negligência;
  • Depressão, ansiedade ou distúrbios do sono.

Para Paulo Henrique Silva Maia, é essencial capacitar familiares e profissionais da saúde para reconhecer esses sinais precocemente. A atuação rápida pode salvar vidas e evitar o agravamento dos danos físicos e emocionais. Portanto, a prevenção do abuso por cuidadores exige uma abordagem multifatorial. Algumas estratégias recomendadas incluem:

  • Rigor na seleção e capacitação de cuidadores;
  • Criação de canais de denúncia acessíveis e seguros;
  • Fiscalização periódica de instituições e domicílios;
  • Apoio psicológico contínuo tanto para o cuidador quanto para o paciente;
  • Campanhas de conscientização e educação da população.

Como agir diante de um caso de abuso?

Conforme orienta Paulo Henrique Silva Maia, ao suspeitar de abuso por parte de um cuidador, é fundamental agir rapidamente:

  • Registrar evidências (fotografias, depoimentos, prontuários);
  • Entrar em contato com órgãos competentes como o Disque 100;
  • Buscar apoio jurídico e psicológico;
  • Retirar a vítima do ambiente de risco, sempre que possível;
  • Denunciar à polícia ou ao Ministério Público.

É essencial frisar que proteger os direitos dos mais frágeis é uma responsabilidade coletiva. A omissão também é uma forma de violência.

Romper o ciclo de violência é dever de todos

Por fim, o aumento do abuso por cuidadores é uma realidade que exige enfrentamento imediato, com políticas eficazes, fiscalização rígida e conscientização da sociedade. A figura do cuidador deve voltar a representar proteção e confiança, e não opressão e medo. A atuação de especialistas como Paulo Henrique Silva Maia tem sido essencial para lançar luz sobre esse problema e propor soluções viáveis. Sua experiência e dedicação à saúde coletiva reforçam a necessidade de um compromisso ético e humano com os mais vulneráveis.

Autor: Khasmogomed Rushisvili

Leave a comment

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *