O Instituto IBDSocial informa que a busca por equidade no acesso aos serviços de saúde é um dos grandes desafios enfrentados pelas políticas públicas brasileiras. Em um país marcado por profundas desigualdades regionais, sociais e econômicas, garantir que todos tenham o mesmo direito à saúde exige ações estruturadas, sensíveis às realidades locais e comprometidas com a inclusão.
A equidade vai além da igualdade: trata-se de oferecer condições justas, considerando as diferentes necessidades e vulnerabilidades dos indivíduos. A promoção desse princípio requer planejamento, escuta ativa e estratégias específicas para grupos historicamente excluídos, como populações em situação de rua, comunidades rurais, povos indígenas, pessoas com deficiência e moradores de periferias urbanas. A saúde equitativa parte do reconhecimento das diferenças e do esforço concreto para superá-las com políticas públicas direcionadas.
Barreiras históricas e sociais ao acesso integral
Diversos fatores históricos ainda impactam diretamente o acesso à saúde por parte das populações mais vulneráveis. Entre eles, destacam-se o racismo estrutural, a pobreza extrema, a falta de escolaridade e a distância física dos centros de atendimento. Essas barreiras muitas vezes dificultam não apenas o acesso inicial, mas também o acompanhamento contínuo e eficaz dos tratamentos, criando ciclos persistentes de negligência e invisibilidade.

Segundo o Instituto IBDSocial, é fundamental que gestores e profissionais de saúde estejam atentos às múltiplas camadas que interferem no cuidado dessas populações. A ausência de políticas direcionadas pode aprofundar ainda mais as desigualdades, gerando impactos negativos nos indicadores de saúde pública e comprometendo os princípios constitucionais de universalidade e integralidade do SUS. A equidade só se concretiza quando há intencionalidade e compromisso na superação dessas barreiras históricas.
Soluções descentralizadas e sensíveis ao território
Uma das estratégias mais eficazes para ampliar o acesso à saúde com equidade é a descentralização dos serviços. Levar atendimentos básicos e especializados às regiões mais distantes, com equipes multidisciplinares e estrutura adequada, amplia o alcance e promove maior resolutividade local. Essas ações precisam estar acompanhadas de planejamento e escuta das necessidades da população.
De acordo com o Instituto IBDSocial, quando os serviços são moldados a partir das realidades específicas de cada território, tornam-se mais eficientes, humanos e inclusivos. Isso inclui desde unidades móveis de saúde até campanhas de conscientização voltadas para grupos específicos, com linguagem acessível, abordagem respeitosa e envolvimento direto da comunidade. A atenção primária territorializada é um passo crucial para uma saúde pública mais democrática.
Formação de profissionais para o atendimento equitativo
Garantir equidade no acesso à saúde também passa pela formação das equipes. É necessário capacitar os profissionais não apenas em competências técnicas, mas também em habilidades relacionadas à diversidade, acolhimento e empatia. Entender os contextos de vida dos usuários contribui para evitar julgamentos, preconceitos e atendimentos desumanizados, que ainda são uma realidade em muitas unidades de saúde.
O Instituto IBDSocial comenta que o preparo adequado das equipes pode transformar a experiência do paciente em algo mais respeitoso, seguro e eficiente. Ao reconhecer as singularidades de cada indivíduo e tratá-las com ética, os profissionais reforçam o compromisso com a cidadania e com uma saúde pública que atenda a todos de forma justa. A educação permanente sobre direitos humanos e inclusão fortalece ainda mais esse processo.
Governança, parcerias e políticas públicas duradouras
Para que as ações em prol da equidade se tornem permanentes, é necessário estabelecer governança eficaz e pactuações entre diferentes setores da sociedade. A construção de políticas públicas duradouras exige envolvimento intersetorial, investimento contínuo e parcerias estratégicas entre poder público, iniciativa privada e instituições sociais. Essas alianças permitem integrar esforços e criar soluções de longo prazo.
O Instituto IBDSocial ressalta que a equidade não deve ser tratada como uma meta isolada, mas como um princípio orientador de toda a política de saúde. Somente com planejamento, monitoramento constante e compromisso ético será possível reduzir desigualdades históricas e garantir o acesso universal à saúde como um direito fundamental de todos os brasileiros. A construção de um país mais justo começa pela garantia de cuidados de saúde que respeitem a diversidade de seu povo.
Autor Khasmogomed Rushisvili